terça-feira, 26 de maio de 2009

Livre-se das ilusões...

Um amor que não liberta não é amor! Para Santo Agostinho, "aquele que não é amado por ser o que é, na verdade não é amado". Há quem pense que escravizar é o mesmo que colocar limites, mas proteção é algo bem diferente de escravidão. Cuidar pode ser uma forma mascarada de aprisionar. Quem ama ensina o outro a ser ele mesmo. Não reprime, coloca limites sem provocar traumas. O amor não sobrevive sem a liberdade... amor que prende é amor doente!
Precisamos de namorado(a) que acreditem na gente, que valorizem nossas capacidades e possibilidades, respeitem nossa autenticidade e nos ensinem a viver com os pés no chão. Sentimos a necessidade de buscar nossa identidade, nosso verdadeiro eu. Muitas vezes para sermos amados e aceitos nos encaixamos nos padrões estabelecidos pelo grupo e acabamos nos anulando. Deixamos de ser quem somos! E viver como se fosse outra pessoa é algo desesperador. Como disse o filósofo Kierkegaard, "o desespero mais comum é o de não se ter escolhido ou de não se querer ser quem é; porém, a forma mais profunda de desespero é escolher ser outra pessoa que não a si mesmo".
A vida precisa ser vivida da melhor forma possível! E somos aprendizes, estamos em construção, perdoem-nos pelo transtorno! Nossa história é um processo de mudança constante. Queremos curtir, mas sabemos que as regras, em vez de aprisionar nosso relacionamento, nos mostram que é preciso ter segurança para viver a liberdade.
A frase "o meu 'amor' é um problema!" é um refelo do "jeitinho brasleiro" e seu reducionismo, que deseja encontrar "solução" imediata para tudo.
O filósofo Gabriel Marcel diz que "a vida não é um problema a ser resolvido, mas um mistério a ser celebrado!" No namoro, o outro precisa ser visto não como um objeto a ser estudado, ou um problema a ser resolvido, mas como uma presença, um ser, uma pessoa, um mistério a ser contemplado e celebrado.
Festejar o tempo! Celebrar a vida! Curtir cada momento juntos! Fazer o bem sempre! A vida é como um livro. Escrevemos cada dia e de repente Deus nos tira a folha e não há tempo para correções. Por isso, é bom fazer as pazes consigo mesmo, com o outro, com a própria vida e aproveitar o tempo, sem se prejudicar e sem prejudicar ninguém.
Essa é a hora! Que ninguém nos impeça de sonhar. Desistir? Nunca! Curtir cada momento! E quando digo "curtir cada momento" não estou dizendo que é pra deixar a linda aventura da existência no "piloto automático". Não sou a favor da moral do "vale tudo", ou a do "deixa acontecer".
É interessante a maneira que temos de ver os outros. Em geral nossas surpresas não são mudanças que o outro teve, mas mudanças que tivemos na forma de enxergá-lo. O tempo e o amor curam muitas miopias. Seja amigo deles e livre-se das ilusões.

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